Bom, o primeiro post eu acredito que eu deva usar para me apresentar.
O blog Tales with Ink (Contos com tinta) eu criei para postar contos e desenhos feitos por mim.
Como primeiro post colocarei um conto que estou escrevendo (a primeira parte, ainda não sei quantas partes vão ser) que contará a história de uma das minhas personagens favoritas, Cadfael. Ele aparece originalmente no livro "O Despertar do Dragão" (título provisório). Livro que estou acabando de escrever e que em breve procurarei uma editora para lançar. em breve postarei ele traduzido para o inglês.
Well, the first post I believe that I must talk about myself.
The blog Tales with Ink was created to show my tales and designs (drawnings, digital painting and etc).
The first post I will use a tale that I'm writing (first part and I don't know the number of parts yet), the tale tells the story of one o my favorites characters, cadfael. He appears in my book "Awaken the Dragon" (provisionally). I'm finishing this book and I hope soon find a publisher. Soon I shall post an english translation.
Patchworks (Parte 1) - E nada era o que existia
No começo não existia nada ou será que apenas o nada existia. Universo, mundo, pessoas, anjos, demônios, seres mitológicos ou o que mais for conhecido hoje em dia. Tudo o que um dia foi pesquisado ou que se tem noticia hoje em dia um dia já foi pensamento, um dia foi um sonho.
Sonho de nosso Criador, ou pelo menos um rascunho do que foi imaginado há milênios. Um tempo onde o próprio tempo não existia e mesmo que existisse não faria diferença, pois não se tinha nada para medir. Não tinha um motivo para se ter pressa, afinal, apenas uma entidade existia. Existia e coexistia em seu próprio cosmos, em seu próprio pensar e ser. O Criador não parecia, ele era.
E com o passar dos milênios, no vazio, no nada, na luz e na escuridão, Ele decidiu criar, produzir, animar.
Não me lembro ao certo como tudo começou, afinal, minhas primeiras lembranças foram inseridas, foram memórias que o criador quis que eu tivesse.
Sonhos, isso sim, me lembro. Os sonhos, o primeiro reino criado por Ele, surgiu de uma necessidade que o Criador tinha de sonhar, não sei exatamente com o que, mas era a vontade Dele sonhar e assim foi feita. O reino dos sonhos se ergueu como um piscar de olhos, com todas suas belas criaturas e com sua rainha. Esmeralda, a senhora dos sonhos. Claro que essa alcunha só lhe foi dada milênios depois pelos humanos, pela incrível necessidade que os humanos tem de nomear tudo aquilo que não conhecem.
E assim surgiram os sonhos.
Nosso Criador sonhou, com o jardim do Éden, local onde resido atualmente, o local mais belo do que hoje podemos chamar de universo, mas não tinha como ser diferente, afinal era fruto de um sonho, o sonho de um ser que tem um poder sem limites calculáveis. Com a mesma facilidade que a terra dos sonhos surgiu foi assim com esse jardim. Árvores, estrelas, sol, lua, grama, a brisa de uma tarde de outono e o frio invernal. O calor do mais tórrido verão e o cheiro da primavera. Agora Ele tinha um lugar para ficar e refletir, sozinho em sua imensidão infinita, limitada apenas pelo seu próprio pensamento e desejo.
Outro sonho alguns milênios depois, e foi o maior e mais belo sonho, sonhou com vocês, com a humanidade. Uma espécie de avatar, mas com limitações, frágeis como pequenos animais e inteligentes até um ponto que não fosse considerado arriscado demais para sua própria sobrevivência – pelo menos era isso que pensávamos – suscetível a erros e com muitos defeitos, tendo potencial para o mais puro dos corações como para a mais negra das almas.
E com esse sonho ele nos criou, um esboço, um experimento do que ele queria que fosse a humanidade, mas de forma evoluída, seriamos o que posso dizer de estagio final, seria como assistir um filme pelo final e depois assistir ele desde o começo. Nascemos, personificações perfeitas de sua forma, criados a partir da luz e do infinito, poderosos, e com poderes que poderiam criar mundos, assim como os poderes Dele, mas de uma forma inferior, é difícil explicar, mas pensem em algo infinito e agora cortem isso pela metade. Esse é o nosso poder, metade do infinito, frágeis perante o Criador e com inteligência suficiente para tomarmos nossas próprias decisões, criar e destruir o que quiséssemos. Foi para isso que fomos criados, para moldar seu mundo, para mudar tudo.
Para a maioria de vocês deve ser estranho, nascer grande, inteligente, com capacidades extraordinárias, mas para nós isso é perfeitamente normal, pois nascemos assim, aliás não somos nada, simplesmente existimos, posso me definir como uma alma em seu estado mais puro, sem o invólucro de carne e ossos que mais tarde Ele daria a vocês. Não usávamos roupas, afinal esse foi um conceito empregado depois, se deve a necessidade de se esquentar que vocês possuem. Não sentíamos frio ou calor, dor ou sono, fome ou sede, imortais, atravessaríamos gerações e gerações, milênios de eternidade, para ser sincero, veríamos a eternidade acabar e ainda estaríamos lá, poderosos, belos, perpétuos.
Criados com um propósito, eu e meus irmãos tínhamos tarefas, talvez algo que Ele quisesse observar em nós, mas que nem mesmo Ele sabia. Sim, Ele não sabe de tudo, mas se partirmos da teoria de que Ele criou tudo, então ele sabe de tudo. Acredito que seja muito confuso para vocês entenderem isso, Ele não sabe de tudo, mas ao mesmo tempo sabe, não é bonito e nem feio, não fala a verdade e nem mente. Um ser que não segue as regras que foram regidas pelo próprio, alguém onipresente e onipotente que pensa de uma forma totalmente diferente de todos nós e que tem motivações mais complexas do que o próprio pensar.
Vocês dizem que Ele sabe o passado, presente e futuro, não sejam tolos. Ele criou o futuro e por isso o sabe, mais tarde ele delegou essa tarefa a mim, assim como delegou outras tarefas aos meus irmãos. Eu sou responsável pelo futuro, outro é pela morte, outro pela vida e assim por diante e todos nós devemos interagir, um está ligado ao outro. Não existe morte sem vida e vida sem destino, destino por sua vez é uma questão de sorte ou azar.
Assim foi feito e assim é feito até hoje. Já esqueci meu verdadeiro nome, o que me foi dado na criação. Hoje sou o que vocês chamam de anjo. E em uma romanização do enoquiano, Cadfael. É assim que vocês pronunciam meu nome.
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