quarta-feira, 23 de março de 2011

Hope - Part III

Não sei por quanto tempo viajamos e nem como viajamos, pois parecia que quebravamos a realidade que nos cercava. Um primordial, nunca imaginaria que veria um, afinal todos nós achamovámos que eles tinham nos abandonado.
— Achei que os primordiais eram maiores - pergunto
— Essa é apenas minha forma 'humana", um simulacro que sela um pouco meus poderes. Minha verdadeira forma é do tamanho do antigo World Trade Center que vocês mortais construiram outrora - ele responde sem esboçar nenhuma reação
Ele era muito frio, não conseguia entender o motivo, uma guerra acontecendo, os cavaleiros ganharam. E ele não esboçava nada, simplesmente NADA.
— Chegamos - disse Cadfael
Paramos em frente de uma casa, bonita em um campo florido - algo meu difícil de se imaginar - o ar puro e os pássaros cantavam. Não parecia com a Terra, aliás, acredito que não era a Terra, tudo era tranquilo, como se nem Guerra, Fome, Praga ou Morte tivessem passado por aqui.
Estamos parados e esperando, o sol brilha em nossos rostos trazendo uma paz que parece não existir - a porta se abre - Cadfael anda para dentro e eu acredito que deva fazer o mesmo.
A casa toda se ilumina assim que entramos, com cristais azuis, roxos, vermelhos, amarelos e alaranjados. O cheiro do campo paira por dentro da casa que aparente ser do século XII. Vejo instrumentos musicais por toda parte, violinos, violoncelos e um piano. Sentado em uma cadeira está um homem, magro e alto com uma aparência não muito saudável, vestindo belas roupas. Não aparenta ser velho, seus olhos azuis brilham como os céus, cabelos castanhos compridos até o ombro com alguns fios brancos e uma barba por fazer. Ao lado de sua cadeira uma enorme chave, de pelo menos 1,70m e uma mesa com vários anéis e colares.
— Achei que voltaria - diz o moço com a voz rouca
— Apenas alguns anos caro amigo. Vi que tem sido difícil para você - diz Cadfael - por sorte não lhe entreguei todo o poder e por isso consegui viajar até aqui. Na verdade eu sabia que aconteceria.
— Eu também soube. É realmente difícil ser um de vocês. É estranho, beira os limites da sanidade. Quero descansar Cad, por muitos séculos  se possível.
Cadfael pega na mão dele e uma forte luz brilha em torno deles. O primordial parece ficar mais forte, com uma aura mais poderosa e todas as luzes da casa se apagam. Ele pega a enorme chave que em suas mãos se transforma em uma espada com padrões que jamais poderia imaginar. Sua lâmina tão fina que consigo ver através dela.
— Senhorita, não tenho tempo de explicar, mas preciso de você - Cadfael muda seu tom de voz para algo quase divino - tenho o poder de mudar tudo, de voltar para onde tudo começou, mas preciso de você. Se pergunta por que preciso de você? Simples, você é descendente de um ser das trevas e de um ser da luz.
— O que? Não estou entendendo.
— Seus verdadeiros pais. Você conhece aqueles que quiseram que você conhecesse. Assim como Christian, você é filha de seres "sobrenaturais". Kallista, dona dos campos da Luxúria e Azerall, anjo da casta guerreira. Sua vinda foi planejada para esse dia.
— Calma ai senhor, está dizendo que eu nasci pelo simples motivo de que tinha que nascer?
— Exato. Eu preciso de um pouco do seu sangue para ativar o poder da chave e voltar no tempo, para que possamos vencer a guerra e para que seu mundo volte a ser como era. A escolha está em suas mãos criança.
— Quanto sangue? Quer dizer, não tem outro jeito?
— Receio que você morrerá no processo. Outra maneira, sim podemos enfrentar os cavaleiros e ficar com um mundo destruído. A decisão do mundo está em suas mãos.

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